10 formas totalmente incomuns para melhorar sua mixagem
Formas de evitar o ditado do engenheiro de masterização mal-humorado: “se entra lixo, sai lixo.”
PENSE COMO UM OUVINTE
Na era das ferramentas modernas de edição e correção, faixas infinitas e onde as restrições de tempo não existem, é super fácil se deixar levar e desaparecer embaixo dessa toca de coelho chamada “Mixagem perfeita”. Mas as pessoas não ouvem uma mixagem, elas ouvem uma música.
Não existe tanta gente no mundo que senta e ouve uma música de um jeito carrancudo só para procurar por erros. Além disso, quem procura acha: se você ficar procurando erros na sua mix, você vai achar. Sempre.
Tente olhar pelo lado do fã:
- Sempre que possível, se afaste por algum tempo – dias – das suas produções.
- Se alguma coisa está soando de forma estranha, então é algo que pode correção.
- Senão, e se a canção é realmente algo que você curte ouvir, então a mixagem está pronta: hora de seguir em frente.
CONHEÇA SUA FAIXA ANTES DE MIXAR
Antes de começar a mixar, eu faço o bounce de uma versão bruta – sem mesmo mexer nos faders – e ouço por alguns dias. À medida que o tempo passa, a abordagem e as ideias surgem naturalmente. Permita que a música defina a mixagem, e não o contrário. Isso parece papo de monge budista, mas na verdade é uma ótima forma de sair dessa rotina orientada a modelos. Escute à sua mixagem longe do seu computador. Isso tira você do seu “espaço mental” de produtor e te coloca num espaço de alguém que curte música.
MIXAGEM COMO ARRANJO
Edite!
A mixagem é uma extensão dos arranjos e da orquestração. Então, se você der de cara – ou melhor, de ouvidos – com uma mixagem pesada, densa, com muita informação, se pergunte se todas as partes precisam mesmo estar ali antes de usar dezenas de plug-ins de equalização, compressão ou pan. Quando você dá a cada parte um espaço próprio e um descanso, o impacto de cada uma aumenta. Use sons que são complementares – ao invés de parecidos (exemplo: coloque, como se fosse em camadas, um som curto com ataque e um som suave e contínuo). Considere que a mixagem faz parte do arranjo musical… ela não é só um monte de frequências que estão disputando lugar no ouvido dos seus fãs.
ESCUTE SUA MIXAGEM COM O LANDR
Algumas vezes, a decisão mais inteligente é dar uma pausa, mudar de lugar e escutar o que o algoritmo do LANDR pode fazer com sua mixagem. Dali, você pode identificar o que realmente tem sido um problema (tipo: você gastou 2 dias só para equalizar um baixo? Pare agora!). As pessoas costumam usar o LANDR para diagnosticar mixagens, o que é uma surpresa muito interessante para nós.
Govales, artista que recentemente chamou a atenção de DJs e produtores como MistaJam, Zane Lowe e Gilles Peterson – começou a usar o LANDR em suas mixagens, antes mesmos delas serem finalizadas. Isso o ajudou a destacar quais partes precisavam de ajustes.
ESCUTE SUA MIXAGEM COM O LANDR
LEVE SUA MIX PARA PASSEAR
Sem dúvidas: é muito importante ter o melhor setup para monitoramento (falantes, fones) e um tratamento acústico adequado… mas ouvir sua música em cenários do mundo real é uma ótima estratégia… especialmente se seu home studio tem sérias restrições orçamentárias. Ouça nos falantes do laptop, em fones de ouvido vagabundos, no carro, e até em lugares subterrâneos projetados para terem uma acústica perfeita (se você tiver algum amigo audiófilo com um lugar desses).
Se funcionar bem em todos estes sistemas, então sua mix está boa. Se não, anote quais problemas estão acontecendo e volte à mixagem para corrigí-los.
Passe sabão, enxague e repita.
FAÇA COISAS ESTRANHAS
Fazer com que uma mixagem fique equilibrada, bem definida e proporcional é só uma parte da equação. Uma mixagem também tem que ser uma viagem.
Se perca nos experimentos: aplique um sintetizador granular no reverb da sua voz. Use vocoder na bateria usando seu synth pad. Reverta o delay que está atrasando o delay do seu vibraphone, adicione tremolo, reverta-o de novo e então… adicione delay. A pior coisa que pode acontecer é isso soar horrível e você começar de novo. O melhor que pode acontecer é você descobrir uma coisa totalmente original e criar sua assinatura sonora. A Cher que o diga. Dica: não faça isso perto de seus clientes. A não ser que eles curtam isso. Alguns curtem.
NÍVEIS
Agora que nós vivemos num mundo 24-bit, noise floors não são mais um problema. Então não existe motivo para gravar ou mixar com os níveis batendo no vermelho.
Ao captar um som muito quente, sua cadeia inteira de gravação se torna áspera, e pode clipar toda hora, o que é desnecessário. Procure trabalhar num nível médio de -18dB FS (ou um nível de pico de aproximadamente -10dB FS nos seus faders) e assim seus sinais estarão livres de clipar. Além disso, você vai economizar muito headroom na sua mix, sem ter que recorrer a limiters ou ter que abaixar seus faders toda hora.
Se sua faixa precisa soar mais alta, então aumente o volume dos seus falantes. Deixe a etapa de intensidade para a masterização.
Sua mix, como resultado, vai soar mais aberta, detalhada e menos cansativa.
AUTOMATIZE SEUS FADERS
Os compressores são ótimos para domesticar performances dinâmicas demais e adicionar características a elas, mas se basear na compressão para definir o nível de suas faixas e evitar mexer nos faders de volume torna sua mixagem sem vida. Uma vez que você definiu um equilíbrio básico entre todos os elementos, automatize os faders de forma sutil. Isso fará com que as partes se unam de uma forma mais natural e musical.
RESISTA À VONTADE DE… SOLO
Solar uma faixa é útil se você está tentando limpar ruídos, ou garantir que suas edições estão justas. Porém, evite equalizar e comprimir as coisas no molo solo. A tendência natural é fazer com que todas as partes soem grandes e cheias por elas próprias, mas isso pode fazer com que elementos se choquem e compitam quando colocados juntos.
Mixar é fazer com que todas as partes funcionem juntas como um todo. Algumas partes podem sim, acabar soando fracas e pequenas quando em solo, mas isso faz com que elas sejam posicionadas de forma fácil e não-obstrutiva na mix, junto com os elementos principais, mais cheios.
VAMOS F… TUDO!
É isso mesmo gente, vamos filtrar tudo! Bom, nem tudo, mas uma quantidade grande de coisas na maioria do tempo. Os filtros de high-pass e low-pass podem ser seus melhores amigos numa mix. Ao tirar os graves, e às vezes até mesmo os agudos em faixas que não precisam deles, você acaba abrindo muito espaço que nem sabia que tinha.
E lembre-se: não se preocupe se o som fica estranho ou fraco quando solado. Só importa como ele soa num contexto, junto com todas as outras faixas.
Receba guias de equipamento, dicas de mixagem, os melhores plug-ins gratuitos e muito mais na sua caixa de entrada todas as semanas.